Após muito tempo de inatividade literária, volto a publicar dois textos no mesmo dia. Cansado de ler “à prazo” e “a vista” em placas e cartazes de lojas, vou explicar aos caros leitores desse blog o uso da nossa querida – aliás, minha, porque a maioria dos brasileiros sente ódio por ela –, a crase.
Primeiro, vamos contextualizá-la. A crase nada mais é do que o resultado da preposição a - que, em algumas situações, pode ser substituída pela também preposição para (exemplo de uso: Eu vou a São Paulo / Eu vou para São Paulo) sem perda de sentido - somada ao artigo a (exemplo de uso: A menina). Para justamente evitar a grafia de dois as seguidos na mesma frase ou oração, os gramáticos optaram em adotar esse odiado acentinho, pois pensemos da seguinte maneira: Eu vou a (preposição) + a (artigo) praia. Isso seria realmente estranho na grafia. A crase veio apenas para simplificar essa confusãozinha: Eu vou à praia. Percebam aquilo que eu disse no início: esse a preposição pode ser substituído por para, derrubando a crase e facilitando pra quem encontra dificuldades: Eu vou para a praia. Outro auxílio precioso ao leitor é substituir o substantivo ao qual a crase é aplicada por um outro masculino. Exemplo: Eu vou a Bahia tem crase? Substitua o substantivo Bahia por algum outro substantivo masculino. Usarei Norte para demonstrar: Eu vou ao Norte. Portanto, Eu vou à Bahia é assim grafada. E novamente o para para facilitar: Eu vou para a Bahia.
Agora fugindo um pouco da regra básica, quando o uso de a subentender moda, ela deverá sempre ser craseada: molho à bolonhesa; bife à parmegiana. Ou seja: molho à “moda” bolonhesa; bife à “moda” parmegiana. Outro “crime” é utilizar a crase antes de pronomes e verbos: “Eu vou entregar à você” e “À partir de 2 reais” são formas totalmente inaceitáveis. O uso dela no meio de palavras repetidas também não é correto: “Face à face” não existe na Língua Portuguesa.
Bom, só resolvi dar umas explicações básicas. Espero que essas minhas dicas sejam úteis para quem encontra dificuldades com a crase. Abraço e até mais.
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Tão bonitinho o acento... pena que é tão execrado.
ResponderExcluirGosto "dos dois pinguinhos", mas este, pelo que vejo, em breve há de tomar o caminho da roça!
Logo, logo contribuo velho... apenas mais alguns dias...
OK?
Sampai jumpa!
È. Mas fazer o quê? Querem chegar num ponto que a língua não vai ter mais nexo nenhum, de tão simples. Tudo pra ter lógica tem que ter dificuldades. A queda da trema foi um absurdo, assim como podem fazer com a crase. Infelizmente.
ResponderExcluirA queda do trema. Trema é masculino. Sem mais.
ResponderExcluirÉ... mas ninguém conseguiu me dizer se molho à campanha tem crase ! É à moda? ou não é?
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