sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O valor de tentar se ter algum valor.

O valor de tentar se ter algum valor.

Inquestionável sensação de indubitável prazer; Senso de completitude jamais encontrado em nosso âmbito carnal. Qual será o valor em se ter valor?
O preço a ser pago para que possamos sentirmo-nos úteis; Vivos; Quiçá necessários a outrém. E não que seja UM outrém de suma importância ou AQUELE outrém que tanto desejamos, mas, de forma sintética, OUTRÉM.
Pagamos. Postergamos. Usurpamos. Creio que até cheguemos a consumir o inconsumível... Tudo isso em troca de quê? Migalhas de atenção e sorrisos forçosos; Por instantes amarelos e foscos... Sem o brilho da sinceridade que brota em um sorriso verdadeiro; Amigo, por que não?
Trocamos nossas vidas e evitamos o que, porventura não trocaríamos de forma alguma, galgando fatos que, no que tange à aparência dos leigos não se passa de mera aprovação; Uma aceitação ridícula imposta por nós mesmos, não como forma de autocrítica, mas sim como forma de vislumbrarmos o que visamos ser, ou melhor dizendo: o que outros desejam que sejamos.
E o mais irônico é o fato de, de forma anacrônica e insuportavelmente dolorosa, encontrarmos, em inúmeras vezes, não a tal aceitação ansiada de forma fiel e viciosa, e sim chocarmo-nos com o orgulho alheio, que, embora espere o máximo de nós, é cego o suficiente pra aceitar quando atingimos tal ponto de superioridade, correspondendo-nos assim, de forma ignóbil e pedante.
Eis que surge então a questão... E o valor pago por ser bom? É proveitoso? Vale à pena ser aprovado?
Mais do que uma questão de interpretação, penso que seja uma questão filosófica. Adoro aceitação... Todos adoramos. Mas... o X da questão é: Abrir mão de ti, teus princípios e teus vícios ou virtudes soa como algo nobre ou frágil?
O valor pago nunca é o suficiente. Sempre hão de exaurir nossas fontes... Sempre tentarão de forma contundente retirar o nosso máximo, e, quando a nossa personalidade deformar-se e tornar-se apenas mais uma dentre tantas outras na "matriz" em que tomamos por habitat, tornarmo-nos-emos apenas mais um; Um dentre tantos outros que aceitarão pagar o impossível para ter o que não podemos ter e ser o que jamais teremos vocação. É um ciclo virtuoso; Uma prosopopéia feia, boba e chata; A porcaria que buscam demonstrar e jamais conseguiremos... E... por quê? Porque é algo implícito em nós.

(Dedicado a uma ex-grande amiga)

Por: Leoni

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Blá, blá, blá sobre perder...

Blá, blá, blá...

(Baseado em análises e mais análises... :P)


Um ótimo questionamento a se fazer ao acordar, não? Você realmente sabe perder? Sabe perder para quem??? Para você mesmo?? Parabéns...
Parabenizo por ser mais do que humano. Por atingir o nível transcedental da coisa; Tornar-se ovacionável, quase divinal.
Penso que não seja natural de qualquer ser humano adotar a postura de um bom perdedor (independentemente do que perdemos... sejamos sinceros: o ódio pela derrota nos assola). Seja uma partida de baralho, a razão em uma briga ou uma amizade outrora eterna, da forma mais sensata possível, há de se convir que tal ódio descrito é algo duradouro e impregnável.
Mas... o que nos torna maus perdedores?
Minha humilde opinião: O nosso hábito de não reconhecermos que não somos bons em tudo. Não é hipocrisia da minha parte. Assim como você, mero 'zézão' que está lendo esse texto, eu também tenho repúdio à derrota. Odeio perder até par ou ímpar. Não existe essa conversa de bom perdedor quando o assunto nos envolve diretamente... é como se algo tomasse posse de nossas ações, nossos corpos e mentes, fazendo com que nos tornemos ignorantes e insensíveis... Não consigo descrever exatamente... Me desculpe.
Porém... agora que eu sei o que me torna um péssimo perdedor.... Como eu posso mudar isso?
Resposta clara e objetiva (sem mimimi): Você não pode!
Como diria Descartes, nós nascemos com uma programação interna; Temos dentro de nós algo que, nosso malvado papai do céu implantou em nossas mentes assim que preparou a "massa do bolo". Nascemos pra ser teimosos, arrogantes e presunçosos. Nascemos pra preguiça e para a vitória. Jamais nos adaptaremos à derrota. 'No way'.
Tal qual o senso de verdade ou o senso de dor, temos o 'senso de derrota': Uma ferramenta em nossas mentes que apita assim que temos um declínio iminente e muda as nossas personalidades.
Eis que surge mais uma questão... E os que sabem perder?
Resposta mais clara ainda: Fingem saber. Não têm sabedoria alguma! Esse dom não é de porte do ser humano. É algo digno da mãe natureza. Não que ela aceite a derrota. Nunca! Acredito que ela finja perder, espere o momento certo e reaja, com mais força e resistência do que anteriormente (vide cortes de árvores ou invasão de territórios inabitáveis pelo ser humano).

E, visando uma conclusão inútil para essa lenga-lenga.

Contente-se. Você desperdiçou mais alguns minutos e eu desperdicei outros tantos da minha vida tentando explicar/entender o comportamento humano, algo indescritível, horroroso e digno dos frutos expelidos pelo meu reto... :]
(Jamais perdeu... desperdiçou... que fique claro, meu nobre colega de arrogância)


Tenha uma boa-noite!

sábado, 3 de outubro de 2009

Falando sobre...

O Tempo.

Estranhamente calculável e irremediavelmente mortal. Tempo que tanto odeio é o tempo que traz por vezes o que tanto amo. Abomino tuas conseqüências e mesmo assim insisto em tentar compreender-te. Como podes ser tão simples e complexo? Serias tu indêntico a mim?
Tempo que leva tudo o que amamos (até que sejamos levado por ele deixando quem amamos); Tempo que subjulga nossas faces, reações, reflexões e moralismo; Tempo que existe apenas para derrotar não apenas a mim, mas a todos que estamos, para nossa infelicidade absoluta.
De forma incerta nos derruba como se fossemos meras pedras de um dominó enfileirado em uma seqüência infinita, acabando com quaisquer sonhos que tenhamos de conquistar a eternidade. Ah tempo maldito.
Por que conseguimos odiar-te e amar-te? Qual é o teu segredo? Às vezes acredito que teu segredo seja a tua paradoxal forma de dominar a todos nós que acabo de citar. Talvez essa seja a magia que grandes líderes procuram e jamais hão de achar. É algo único; Pertencente ao malogrado tempo.

Tempo que tanto pedimos aos outros. Tempo que tanto pedimos a nós mesmos. Tempo que tanto pedimos ao mundo. Somos nós que precisamos dele ou o mundo que não o valoriza?
Cada ínfimo segundo ao lado de quem amamos. Cada momento sozinhos. Cada instante respirado e aproveitado de forma errônea, e, pasmem, sem culpa alguma do tempo amaldiçoado... Chega a ser cômico.
Por que insistes em bater em mim, tempo feio? Teria eu culpa da tua fúria? Ou seria eu mais um simplório objeto desta?
Prefiro acreditar que seja apenas coincidência... Não serias tão mau... Por vezes trazes bons momentos a mim (ou a qualquer outro que pense em ti)... Como tanto gosto de dizer, tudo no mundo é uma questão de percepção.
Mas... se percepção é tudo, por que não consigo mudar o que penso sobre ti?

Só o TEMPO dirá...

Por: Leoni

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Recado para Leoni", por Riverman

Aproveito o momento para dar um recado ao meu parceiro de blog e grande amigo pessoal Leoni. A falta de criatividade é um processo que atinge até nós, detentores do vírus do jornalismo inoculado - definição do brilhante Juca Kfouri. Consigo me lembrar, inclusive, dos nossos planos de residirmos fora, caso fôssemos aprovados na USP ou na UNESP, universidades localizadas nas cidades de São Paulo e Bauru respectivamente, quando tínhamos o intuito de seguir essa maravilhosa profissão.
Enfim, há dias que eu também produzo, produzo, produzo e produzo e só me vêm coisas vazias, sem conteúdo nenhum. São pedaços de papel marcados com palavras, porém com pouco ou, na maioria das oportunidades, nenhum sentido. Modéstia à parte, sei que se nós tivéssemos seguido a carreira jornalística, seríamos brilhantes profissionais da área - creio que eu mais por esforço do que por capacidade. Garanto que até os personagens da imprensa que sonhamos em ser um dia também têm seus dias de cão quando se deparam com uma caneta ou um teclado de computador e são obrigados a confeccionar algo.
Fico feliz com seu momento de êxito pessoal e, espero sinceramente, que ele o recontemple com a sua criatividade, por sinal, muito aguçada. Abraço.

"Assim a minha arguição enguiça", por Riverman

O nosso Português é conhecido como um dos mais difíceis idiomas indo-europeus. Com suas contrações verbais totalmente diferentes, falar a Língua Portuguesa com lisura e habilidade é um desafio e tanto. Além disso, as academias lusófonas resolveram unificar esse idioma ibérico, transformando-o num bicho de sete cabeças pra muitas pessoas - como se ele já não o fosse para esses bastantes.
O nosso famigerado acento agudo nos tritongos crescentes caiu, nos trocando a estréia pela estreia, boléia por boleia, e assim por diante - tenho quer fazer essa piada, que ouvi no Programa do Jô, contada pelo próprio apresentador da atração: "Agora a plateia perdeu o assento", com o showman das madrugadas globais se utilizando também do trocadilho entre os parônimos "acento" e "assento". Agora é a vez de eu me tornar o porta-voz do meu xodó, até então, do Português: a trema. O pingüim e o cinqüenta ficaram, pra mim, impronunciáveis com as suas novas escritas: pinguim e cinquenta. Aqueles dois pontinhos me fazem uma falta... Enfim, o mais complexo ficou por conta do hífen: antes o que era junto, como palavras que se uniam através de duas vogais iguais - microondas, por exemplo -, virou um troço feio e separado - agora é micro-ondas -, graças ao vulgo tracinho. E de encontro a isso, algumas coisas que eram separadas pelo fato de cruzarem com h,r ou s, viraram algo semelhante a arquirrival, que, na sua grafia escrita era tido com arqui-rival. A execeção fica para os radicais terminados em r, como hiper-realista, que se mantêm dessa maneira.
Chorem vestibulandos a partir de 2010. A nova regra vai tirar mais umas noites de sono de vocês. Apesar que as minhas também, já que até eu, que faço enorme questão de ler um texto bem escrito, vou enguiçar até me acostumar a ler um arguir na minha frente.